sábado, 16 de março de 2013

Perdas Ambientais X Perdas Culturais


              A ideia predominante na sociedade mundial desde o surgimento da propriedade privada foi e ainda é, desenvolver suas tecnologias para acumulação cada vez maior de riquezas. Atualmente sabemos que este desenvolvimento tem um preço, porém antigamente não se apregoava a consciência ambiental que é tanto discutida em nosso cotidiano.
                Fato inegável é que o homem detentor dos meios de produção adquire sua riqueza em detrimento de algo, que é composto basicamente pela exploração do trabalho de seu próximo através da mais valia e o uso descontrolado dos recursos naturais oferecidos pelo meio. No século XVII Malthus já alertava sobre o crescimento da população e a redução de oferta dos recursos naturais, desde então, vêm surgindo pensadores e cientistas que levantam questões e provam através de pesquisas que a humanidade deve sim mudar suas atitudes em relação ao meio ambiente.
                Quando pensamos em uma sociedade desenvolvida, logo nos vem à cabeça a acessibilidade de todos às tecnologias altamente avançadas que proporcionam comodidade, segurança e bem estar ao ser humano. Infelizmente este desenvolvimento constante e acelerado promove perdas ambientais e culturais.
                Perdas ambientais porque com o fomento de novas tecnologias, temos como consequência o aumento do consumo, logo, aumento das indústrias e por fim aumento do uso de recursos naturais, sem que o meio tenha a chance de se regenerar, portanto, resume-se em impactos ambientais cada vez maiores e constantes.
                Considerando que o homem é um ser adaptável que transforma e se tem a capacidade de se adaptar no ambiente transformado, e que suas ações de transformação sobre o meio está incorporado ao seu cotidiano, ou seja, não há como viver no meio sem transforma-lo. Podemos dizer que, com seu desenvolvimento no decorrer na história, ao adquirir conhecimento sobre novas tecnologias e aumentando a exploração de recursos naturais, além de, como dito anteriormente, provocar perdas ambientais, o homem provoca sobre si mesmo a perda de seus valores culturais. Com a mudança do meio em que vive, o homem não conseguirá manter as mesmas rotinas e valores.
                Neste contexto reforçamos o que Vidal De La Blache dizia: o homem faz parte da natureza, e a transforma através do trabalho, porém ao transforma-la sofre suas ações, ou seja o homem é ativo e passivo em relação ao meio ambiente. Assim, devemos cada vez mais pensar em atitudes sustentáveis para amenizar a resposta da natureza sobre nós.

sábado, 9 de março de 2013

Pensando em Sustentabilidade

O homem é parte do meio, assim ao transforma-lo ele também sofre com suas ações. Deste modo há a necessidade de repensar constantemente em nossas ações cootidianas.
Hoje deixo como sugestão a criação de uma horta no quintal de casa, é fácil, não ocupa muito espaço, proporciona saúde e ajuda no nosso meio ambiente. Fica a dica para projetos escolares, seria muito interessante ensinar nossas crianças que para cuidar de nosso planeta, pequenas atitudes fazem sim a diferença.





domingo, 3 de março de 2013

Resenha- População e geografia - Amélia Damiani


DAMIANI, Amélia Luisa. População e geografia. 9ª ed. São Paulo: Contexto, 2011.

 

Gisele da Cruz Vasque

Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul – UUCG


 

            O conceito de população se reformula e agrega vários significados no decorrer da história, sendo discorrido por Damiani a concepção de população a partir do século XVII sob a visão malthusiana, até o século XX através da visão marxista.

            Malthus defende que a miséria seria um ponto de equilíbrio no crescimento populacional. Para ele, a população cresceria em ritmo geométrico e a oferta de recursos naturais em um ritmo aritmético, ou seja, se todos consumissem igualitariamente à burguesia, a quantidade de alimentos disponíveis não seriam suficientes a todos, em contrapartida entra a miséria causando fome, epidemia e guerras adoecendo a população, consequentemente uma taxa de mortalidade elevada, portanto, equilibrando o crescimento populacional.

            Marx define população diferentemente de Malthus, leva em consideração não mais a relação entre população e alimentos, mas sim, a população e oferta de trabalho.

            O avanço tecnológico exige o emprego de mais máquinas, consequentemente, menos uso de mão-de-obra. Fato que se deu início na Revolução Industrial e presente até os nossos dias atuais.

            Os trabalhadores descartados deste processo nem sempre são realocados, formando uma reserva disponível, pronta para ser usada a qualquer momento, conforme as necessidades apresentadas pelo mercado. Estratégia usada pra manter os salários baixos e sempre ter disponibilidade de mão-de-obra, possibilitando assim, o crescimento do mercado, sem que haja a preocupação com oferta de mão-de-obra.

            Este excedente assombra o trabalhador formal que para manter seu emprego, submete-se a intensas horas de trabalho comprometendo sua qualidade de vida.

            Assim traça-se o perfil do trabalhador assalariado: um homem miserável assombrado pela possibilidade se sua expulsão através do avanço tecnológico (substituição de sua força de trabalho pelo uso de máquinas) e pelo excedente de mão-de-obra.

            Após a segunda guerra mundial, a teoria malthusiana ressurge adaptada aos avanços tecnológicos, denominada agora de teoria neomalthusiana que faz um comparativo entre a quantidade populacional com a disponibilidade de recursos naturais, sendo, uma ideologia que reflete em políticas públicas eficazes.

            O crescimento populacional tinha aspecto positivo nos países da Europa na década de 20, e com o decorrer do tempo, começa surgir uma preocupação quanto ao decréscimo constante da taxa de natalidade.

            Já nos países desenvolvidos a taxa de natalidade era altíssima e somada à queda da taxa de mortalidade que houve em decorrência ao acesso á técnicas de higiene e tecnologias nos setores alimentício e médico-hospitalar, resultou na explosão demográfica e para reverter este quadro, foram adotadas medidas de controle de natalidade, fomentando o planejamento familiar atingindo vários países do “terceiro mundo”. Esta estratégia de esterilização da população foi fomentada pelo Banco mundial e FMI que ao oferecer empréstimos a estes países, exigiam do governo o emprego de políticas públicas no controle da natalidade de sua população.

            A superpopulação, nos países subdesenvolvidos eclodia o problema da escassez de alimentos e nos desenvolvidos começou a existir a concentração da população urbanizada o que ocasionou na supervalorização de alimentou que antes eram abundantes como água, luz, espaço, etc. gerando altas cobranças pelos serviços.

            A partir dos anos 50 acentua-se um extremo comparando países subdesenvolvidos e desenvolvidos, nos primeiros há uma miséria acentuada desencadeada pelo desencontro do crescimento populacional e desenvolvimento socioeconômico, e nos últimos há um intenso desperdício provocado pelo consumismo desenfreado.

            A dinâmica populacional é composta por elementos como a natalidade, mortalidade e a migração da população e a partir do estudo e comparação destes dados é possível traçar um perfil qualitativo comportamental da população, como por exemplo, a relação entre o aumento do nível de escolaridade e redução do número de filhos.

            A taxa de mortalidade seria expressa pelo número de óbitos multiplicados por mil e dividido pelo número da população total:

Nº de óbitos x 1000

População total

 

            Esta taxa ilustra a expectativa de vida ao nascer, e assim, identifica o perfil socioeconômico de cada país, portanto, se a taxa de mortalidade é alta, resulta na redução da expectativa de vida, sendo uma característica de um país subdesenvolvido, mas se o país apresenta uma taxa baixa, pressupõe-se que é um país que oferece maior qualidade de vida para seus habitantes, sendo assim, uma característica de um país desenvolvido.

            A taxa de natalidade seria expressa pelo número de nascimentos multiplicados por mil e dividido pelo número da população total:

Nº de nascimentos x 1000

População total

           

            Sua variação também identifica o perfil socioeconômico dos países estudados, ou seja, se o país apresenta uma taxa de natalidade alta, sabemos que estamos falando de um país subdesenvolvido, mas se for baixa, ilustra as características de um país desenvolvido.

            O desenvolvimento do capitalismo desencadeou um grande fluxo migratório, tornando a migração mais um componente das dinâmicas populacionais.

                A migração tem um caráter estratégico no desvendamento da relação entre a dinâmica populacional e processo de acumulação de capital, para além da concepção de crescimento natural.

            Em análise ao fluxo migratório presente nos países da Europa e América Latina, autores como Pierre George definem migração muito além de apenas deslocação humana, mas como irradiação geográfica de um sistema econômico e estrutura social.

            Movimentos que comprovam o processo de expropriação e exploração latifundiárias e trabalhistas, tendo como estímulo tanto as migrações internacionais, como as migrações internas (rural-urbana e rural-rural), marcaram o desenvolvimento do capitalismo em países como o Brasil.

            A migração tinha caráter secundário até os anos 60, tendo partir daí uma inversão: o crescimento natural aparece como subordinado da análise da migração.

            Portanto, segundo Damiani, abrem perspectivas de análise dos dramas humanos, nascidos das contradições e constrangimentos recentes de nossa sociedade, e das relações e valores, que, de maneira deteriorada ou não, são preservados, definindo os termos da reprodução e da vida.

            A análise da demografia traz como benefício, um mapeamento quantitativo como também qualitativo, traçando o perfil econômico mundial. Auxiliando assim, na elaboração de estratégias no controle do movimento populacional, como por exemplo, o fomento à migração em países desenvolvidos por apresentarem população economicamente ativa baixa, ou o fomento ao planejamento familiar em países subdesenvolvidos, por apresentarem uma grande taxa de natalidade, ou no planejamento de construção e oferecimento de serviços públicos como escolas, hospitais, etc.

            O conceito de população é um método de conhecimento e controle sobre as pessoas, porém, não carrega consigo uma carga histórica, daí a necessidade de substituí-lo por outro conceito que possibilitasse a agregação da história humana.

            Assim, foi substituído pelo conceito de produção do homem, tendo em vista que o homem, como também a história, e mutável, estando em um processo de mudança constante.

            O homem é ser integrante da natureza, e seu desenvolvimento está voltado na relação entre si e a natureza como também na relação com outros semelhantes a si.

            Com sua racionalidade e através de instrumentos e técnicas adquiridas historicamente, sobrepõe-se à natureza extraindo recursos que ela lhe oferece, a fim de satisfazer seus desejos e necessidades. E no sentido de atender estas necessidades aprimora suas tecnologias, criando “objetos sociais e abstratos”, como por exemplo, o mercado ou o desenvolvimento da indústria.

            Neste contexto percebemos que a atividade humana é fundamentada na relação social e na coletividade, ou seja, o homem não vive só, é um ser social.

            Na prática da produção, o homem se depara com uma relação dicotômica simultânea. Produção compreende a domínio, porém, compreende também à alienação. O primeiro está ligado à natureza e o segundo a sua própria produção.

            Como em todas as relações humanas, na produção não seria diferente. Em analise aos fatos históricos de seu desenvolvimento, o homem sempre produziu e produzirá em detrimento de algo, como por exemplo, a exploração do trabalhador assalariado, pontuando também que esta condição de menoscabo, não se aplica apenas aos menos favorecidos, a situação que também exemplifica é a alienação ao consumismo das classes com mais poder aquisitivo, inculca-se a ideologia de quanto mais o homem produz, mais precisa consumir, sempre sem levar em conta sua posição humanizada, mas sim sua posição puramente consumista, ou seja, o consumismo irá impactar as relações humanas.

            Deste modo, fortalecem-se os contrastes dessa produção, criando de maneira regionalizada, carências que vão sendo superadas e substituídas por outras mais complexas, concomitantemente à evolução humana.

            No Brasil, vivenciamos carências que condizem a um período de equivalência ultrapassada comparando sua atualidade com a dos países desenvolvidos, todavia, vivenciamos uma evolução tecnológica semelhante aos mesmos.

             Com a urbanização da produção e para atender as necessidades de mercado, ocorre uma “castração” da classe trabalhadora, ou seja, fatores como a integração da mulher no mercado de trabalho e o fomento do Estado à ideologia neomalthusiana, ocorreu um grande acesso aos métodos anticoncepcionais, o que causou redução da família ao poder de consumismo instituído pelo capitalismo.

            A urbanização aflorou outra transformação na relações humanas, o inicio da segregação social e econômica, o homem se organiza agora em “ilhas”, como bairros destinados a comércio e residência, como também subdivisões como bairros de classe baixa, média e alta.

            Diante do contexto discorrido anteriormente, Estado e estudiosos passam a centralizar seu objeto de estudo no crescimento populacional e recursos naturais disponíveis. Marx afirma que apesar do crescimento da população não atender às necessidades de produção capitalista é desproporcional para sua absorção completa, ou seja, o mercado necessitava de mais mão de obra para atender o crescimento da demanda de produção, porém não havia recursos disponíveis para suprir as necessidades dessa população.

            Fato que preocupa principalmente quando voltamos os olhos para a questão dos países subdesenvolvidos, seu crescimento descontrolado contradiz com os recursos disponíveis e seu desenvolvimento socioeconômico não acompanha a explosão demográfica crescente.

            Nos países desenvolvidos a preocupação se volta com a formatação que se é dada ao trabalho. Allen Scott, da Universidade da Califórnia, em uma conferência realizada n Brasil em 1990, expõe a forma que estes países estão lidando com o fator migração. Expos sobre a exploração e clandestinação trabalhista que ocorrera neste período, tirando proveito da situação ilegal desses trabalhadores no país, empresas impunham postos de trabalho burlando seus direitos e pagando salários relativamente muito baixos a esta população, o que afetou indiretamente sua economia, já que contribuiu para uma nova forma de pobreza que surgira em um território sem perfil para tal.

            Considerando a necessidade de traçar um perfil do crescimento demográfico, propôs-se o estudo quantitativo da população, assim, o Estado foi aprimorando gradativamente suas técnicas e tecnologia para esta avaliação, com o intuito de conhecer melhor sua população e empregar políticas públicas como a construção de escolas, hospitais. A partir deste conhecimento seria possível também, projetar previsões da média de crescimento da população e assim, definir aumento, ou não, de taxas de impostos.

            Se de um lado a urbanização trouxe benefícios como aumento da qualidade de vida e redução do crescimento natural da população, promoveu uma verdadeira pressão demográfica, deixando alguns espaços demasiadamente saturados em detrimento de outros denominados “vazios demográficos”. O que levou a homogeneização, ao invés de medidas regionalizadas fundamentadas na formação sociocultural e racial da população, porém, apesar dessas particularidades apresentaram resistência, foram de certa forma, incorporadas a este espaço homogeneizante.

            A população organiza-se então em espaços homogeneizados conforme fomento do mercado mundial, mas mantendo suas tradições e a configuração desses espaços que influirão na forma de exploração, integração e reprodução da sociedade.

            A persistência destas particularidades acentuam as desigualdades sociais e raciais e, por sua vez, o poder político, segundo Claude Raffestin, utiliza e manipula estas diferenças como estratégias de exploração, fato evidenciado na discriminação espacial, constituída de segregação e ilustrada na forma de Guetos, favelas, reservas, etc, ou na discriminação educacional, que no ingresso à instituições de ensino disponibilizam cotas diferenciadas conforme a formação étnico-racial.

            Em suma, soma-se à homogeneização, um processo hierarquizado, onde as segregações ocorrem a partir de diferenças sejam culturais, raciais ou econômicas, estas diferenças criam contradições evoluindo para lutas que contribuem de forma lenta e gradativa para a transformação da sociedade em uma organização que seja capaz de conviver e respeitar as diferenças e os direitos do próximo.

 

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

MANIFESTO DO PARTIDO COMUNISTA


MARX, K. e ENGELS, F. Manifesto do partido comunista. Rio de Janeiro: Contraponto; São Paulo: Fundação Perjeu Abramo, 1998, p 20-41.

 

“Os comunistas não constituem um partido especial [...]” (p.20§3).

“Não tem interesses distintos dos interesses do proletariado [...]”(p.20§4).

“Não defendem princípios particulares, com os quais queiram moldar o movimento proletário” (p.20§5).

“Os comunistas de diferenciam dos demais partidos proletários apenas porque eles, por um lado, salientam e põem em prática os interesses de todo proletariado em todas as lutas nacionais dos proletários [...]”(p.20§6).

“Os comunistas são, na pratica, a parcela mais decidida e mais avançada dos partidos operários de cada país; eles compreendem teoricamente, adiante da massa de proletários, as condições, a evolução e os resultados mais gerais do movimento proletário” (p.21§1).

“O objetivo imediato dos comunistas é o mesmo dos demais partidos proletários: a constituição do proletariado em classe, a derrubada da burguesia, a conquista do poder político pelo proletariado” (p.21§2).

“o que caracteriza o comunismo não é a supressão da propriedade em si, mas a supressão da propriedade burguesa” (p.21§7).

“[...] os comunistas podem resumir sua teoria em uma única expressão: supressão da propriedade privada” (p.21§9).

“Nos acusam, aos comunistas, de suprimir o que foi adquirido pessoalmente, a propriedade conquistada através do próprio trabalho; a propriedade que se declara ser o fundamento de toda liberdade , de toda atividade e de toda autonomia individuais” (p.21§10).

“[...] Essa não precisamos abolir; o desenvolvimento da indústria já a aboliu e continua abolindo diariamente” (p.21§11).

“Será que o trabalho assalariado, o trabalho do proletário, cria propriedade para ele? De modo algum. Cria capital [...]” (p.22§2).

“O capital não é [...] uma força pessoal; é uma força social” (p.22§4).

“[...] Queremos abolir o caráter dessa apropriação, que fez com que o trabalhador viva para multiplicar o capital, viva enquanto é interesse da classe dominante” (p.22§7).

“O comunismo não retira a ninguém o poder de apropriar-se de produtos sociais; apenas suprime o poder de, através desta apropriação, subjugar trabalho alheio” (p.23§8).

“[...] não discutam conosco só porque vocês tomam como padrão para a abolição da propriedade burguesa a sua concepção burguesa de liberdade, educação, direito, etc. Suas ideias são produto das relações burguesas de produção e de propriedade, assim como o direito não é nada mais que a vontade de sua classe erigida em lei, uma vontade cujo conteúdo é determinado pelas condições materiais de vida e de sua própria classe” (p.24§3).

“O que demonstra a história das ideais senão que a produção intelectual se transforma com a produção material? As ideias dominantes de uma época sempre foram as ideias da classe dominante” (p.26§9).

“Fala–se de ideias que revolucionam uma sociedade; com isso expressa-se apenas o fato de que no interior da velha sociedade se formam os elementos de uma nova, e que a abolição das velhas ideias acompanha a supressão das velhas condições de vida” (p.26§10).

“Quando o mundo antigo estava em declínio, suas religiões foram superadas pela religião cristã. Quando as ideias cristãs no século XVII cederam diante do Iluminismo, a sociedade feudal mantinha um combate mortal contra a burguesia então revolucionária. As ideias da liberdade de religião e de consciência apenas expressavam o domínio da livre concorrência no campo do conhecimento” (p.26§11).

“[...] o primeiro passo da revolução dos trabalhadores é a ascensão do proletariado à situação de classe dominante, ou seja, a conquista da democracia” (p.27§6).

“Uma vez que, no processo, desapareçam as diferenças de classe e toda a produção esteja nas mãos dos indivíduos associados, o poder público perderá seu caráter politico. O poder politico propriamente dito é o poder organizado de uma classe para dominar a outra. Se, em sua luta contra a burguesa, o proletariado necessariamente se constituem classe, se por meio de uma revolução se converte em classe dominante e, como tal, suprime violentamente as velhas relações de produção, então, junto com elas, suprime os antagonismos de classes em geral e, com isso, abole sua própria dominação de classe” (p.28§4).

Socialismo feudal

“Desse modo surgiu o socialismo feudal, meio canção de lamento, meio pasquim satírico e difamante, metade ecos do passado, metade ameaças sobre o futuro. Atingiu o coração da burguesia com acusações amargas e engenhosas, mas que sempre soavam ridículas por sua incapacidade de compreender a evolução da história moderna” (Revolução Francesa) (p.29§3).

“Para arregimentar o povo, esses senhores agitavam como bandeira a sacola de mendigo do proletariado. Contudo, toda vez que os seguiu, o povo reconheceu em seus traseiros os antigos brasoes feudais e de dispersou em meio a gargalhadas sonoras e irreverentes” (p.30§1).

O socialismo pequeno-burguês

“A aristocracia feudal não foi a única classe derrubada pela burguesia e cujas condições de existência se desveneraram e desapareceram na sociedade burguesa moderna. A pequena burguesia medieval, que nos seus primórdios vivia fora dos muros da cidade [Pfahlbuergertum], e o pequeno campesionato foram os percussores da moderna burguesia. Nos países industrial e comercialmente menos desenvolvidos, essas classes ainda vegetam, ao lado da burguesia em ascensão” (p.31§3).

“Onde a moderna civilização se desenvolveu, formou-se uma nova pequena burguesia, parcela complementar da sociedade burguesa, que paira entre o proletariado e a burguesia e se reconstitui sempre. Mas seus membros são constantemente precipitados no proletariado pela ação da concorrência. Com o desenvolvimento da grande indústria, vêem aproximar-se o momento de sua desaparição como parcela autônoma da sociedade moderna. No comercio, na manufatura, na agricultura, serão substituídos por supervisões e empregados” (p.31§4).

“Em países como a França, onde a classe camponesa representa bem mais da metade da população, era natural que os escritores que apoiavam o proletariado em sua luta contra a burguesia, adotassem critica a o regime burguês e tomassem partido pelos operários, mas do ponto de vista da pequena burguesia. Formou-se assim o socialismo pequeno-burguês.[...]” (p.32§1).

O socialismo alemão ou “verdadeiro” socialismo

“A literatura socialista e comunista da França, que surgiu sob a pressão de uma burguesia dominante e é expressão da luta contra essa dominação, foi introduzida na Alemanha na época em que a burguesia apenas começara sua luta contra o absolutismo feudal” (p.32§6).

“Filósofos, semifilósofos e impostores alemãs se apoderaram evidentemente dessa literatura e esqueceram apenas que, com a importação da literatura francesa na Alemanha, não foram importadas ao mesmo tempo as condições sociais da França. Nas condições alemãs, essa literatura francesa perdeu todo o sentido prático e assumiu uma aparência puramente literária. Estava condenada a ser apenas especulação ociosa sobre a realização do ser humano” (p.33§1).

É fato conhecido que os monges recobriam manuscritos de obras clássicas antigas, de épocas pagãs, com insípidas históricas de santos católicos. Os literatos alemãs procederam de modo inverso com a literatura francesa profana. Escreveram seus desatinos filosóficos por trás do original francês” (p.33§4).

“Assim, a literatura socialista-comunista francesa foi formalmente castrada. E já que ela nas mãos dos alemães, deixou de expressar a luta de uma classe contra outra, [...]; defendiam não verdadeiras necessidades, mas a “necessidade do verdadeiro”; interesse do ser humano, o próprio ser humano, ao invés dos interesses dos proletários; interesses do individuo que não pertence a nenhuma classe, que nem mesmo pertence à vida real, mas apenas ao céu nebuloso da fantasia filosófica” (p.33§6).

“Assim, ao “verdadeiro” socialismo ofereceu-se a oportunidade tão esperada de contrapor ao movimento político as demandas socialistas. [...]; e pregar às massas populares que elas nada tinham a ganhar com esse movimento burguês; e mais ainda tinham tudo a perder. O socialismo alemão esqueceu oportunamente que a critica francesa, da qual era o eco sem espirito, tinha por pressuposto a sociedade burguesa moderna, com suas condições materiais de vida correspondentes, e uma constituição politica adequada – pressupostos de que, na Alemanha, estavam por ser conquistados” (p.34§3).

“O socialismo alemão, por seu lado, compreendeu cada vez mais sua vocação: ser o representante patético dessa pequena burguesia retrógada” (p.35§3).

“[...] Com poucas exceções, todas as publicações pretensamente socialistas ou comunistas que circulam na Alemanha se enquadram nessa literatura suja e enervante” (p.35§4).

O socialismo conservador ou burguês

“Uma parte da burguesia deseja remediar os males sociais para garantir a existência da sociedade burguesa” (p.35§5).

“Fazem parte desse grupo: economistas, filantropos, humanistas, benfeitores da classe operária, organizadores da caridade, protetores do animais, fundadores de sociedades de abstinência, reformadores obscuros de toda espécie. E o socialismo burguês também foi elaborado até formar sistemas completos” (p.36§1).

“Os socialistas burgueses querem as condições de vida da sociedade moderna, sem os conflitos e os perigos que dela necessariamente decorrem. Desejam a sociedade atual, subtraindo dela os elementos revolucionários e que contribuem para dissolução. Querem a burguesia sem o proletariado. Naturalmente, a burguesia concebe o mundo no qual ela domina como o melhor dos mundos. [...]” (p.36§2).

“O socialismo da burguesia reduz-se à afirmação de que os burgueses são burgueses – no interesse da classe operária” (p.37§1).

O socialismo e o comunismo crítico-utópicos

“É verdade que eles estão conscientes de representar, em seus planos, principalmente os interesses da classe trabalhadora, a mais sofredora. Para eles, o proletariado existe apenas sob um ponto de vista, como classe que mais sofre” (p.38§1).

“O estágio pouco desenvolvido da luta de classes, assim como sua própria condição social, levam-nos a considerar-se acima da luta classes. Querem melhorar a condição de todos os segmentos sociais, também dos mais bem-situados. Por isso, apelam a toda sociedade, sem diferenciação. Na verdade, preferencialmente à classe dominante. É como se bastasse entender o seu sistema para reconhece-lo como o melhor plano possível para a melhor sociedade possível” (p.38§2).

“Por isso, rejeitam a ação politica, quer dizer revolucionaria; querem atingir seu objetivo por meios pacíficos e tentam abrir caminho para o novo evangelho social pela força do exemplo, através de experimentos inexpressivos que, naturalmente, sempre fracassam” (p.38§3).

“[...] os escritos socialistas e comunistas também contêm elementos críticos. Atacam os fundamentos da sociedade atual. Forneceram, por isso, material dos mais valiosos para esclarecer os trabalhadores. Suas formulações positivas sobre a sociedade futura [...]”(p.38§5).

“[...] Por isso, os pioneiros desses sistemas, em muitos sentidos, foram revolucionários, mas seus discípulos formam sempre seitas reacionárias. Aferram-se às velhas concepções dos estres, apesar do progresso histórico do proletariado. Procuram, e nisso são consequentes, atenuar a luta de classes e conciliar suas utopias sócias, [...]. Para construir esses castelos de ar, precisam apelar à filantropia dos corações e dos bolsos burgueses. Aos poucos, caem na categoria dos socialistas reacionários ou conservadores, [...], e se diferenciam destes apenas por um pedantismo mais sistemático, pela fé supersticiosa nos efeitos milagrosos de sua ciência social” (p.38§6).

Posição dos comunistas diante dos diversos partidos de oposição

“[...], os comunistas apoiam em todas parte todo movimento revolucionário contra as condições sociais e politicas atuais” (p.41§2).

“Em todos esses movimentos, põem em primeiro lugar a questão da propriedade, independentemente da forma, mais ou menos desenvolvida, que ela tenha assumido” (p.41§3).

“Por último, os comunistas trabalham por toda parte pela união e o entendimento entre os partidos democráticos em todos os países” (p.41§4).

PEGADA ECOLÓGICA

                                                   

Crise Ambiental, mudanças climáticas atípicas, novos tipos de doenças, dentre outros, são temas cada vez mais discutidos em nosso cotidiano. Então percebemos que é hora de parar e refletir de como estamos cuidando de nosso planeta, pois todos os dias ele nos dá sinais que não está suportando mais.
Todos somos responsáveis pelo futuro de nosso planeta,  e é através da participação de cada um que iremos evitar seu fim precoce.
Pensando nesta exploração descontrolada dos recursos naturais é que os especialistas Willian Rees e Mathis Weckernagem, desenvolveram o conceito da "Pegada Ecológica".
"A Pegada Ecológica foi criada para nos ajudar a perceber o quanto de recursos da Natureza utilizamos para sustentar nosso estilo de vida, o que inclui a cidade e casa que moramos, os móveis que temos, as roupas que usamos , o transporte que utilizamos, aquilo que comemos, o que fazemos nas horas vagas de lazer, os produtos que compramos e assim por diante. Tudo o que está à nossa volta no dia-a-dia vem da Natureza e, depois de algum tempo, retorna pra ela!
A Pegada Ecológica não é uma medida exata e sim uma extimativa. Ela nos mostra até que ponto a nossa forma de viver está de acordo com a capacidade da planeta de oferecer , renovar seus recursos naturais e absorver os resíduos que geramos por muitos e muitos anos. Ista considerando que dividimos o espaço com outros seres vivos e que precisamos cuidar  da nossa e das próxomas gerações, nosso planeta é só um!
A pegada Ecológica de um país, de uma cidade ou de uma pessoa, corresponde ao tamanho da área produtiva de terra e de mar , necessárias para gerar produtos, bens e serviçosque sustentam determinados estilos de vida. [...]."  (Pegada Ecológica: que marcas queremos deixar no planeta?. Brasília: WWF-Brasil, 2007.)
Para Calcular sua pegada ecológica é só acessar o link: http://www.footprintnetwork.org/en/index.php/GFN/page/calculators/
O resultado de minha pegada é que se todos vivessem como eu, necessitariamos da capacidade de regeneração de 1.3 planetas por ano. No cálculo, ficou evidente que meu maior consumo está na alimentação, seguida de moradia e transporte.
Fiquei contente pelo fato de estar abaixo da média nacional que é de 2.1, mas estou ciente que posso fazer muito mais pelo nosso planeta, como por exemplo, utilizar um pouco mais do transporte público, fazer a coleta seletiva, utilizar menos água em meus afazeres diários, pois, como foi explanado na Cartilha da Pegada Ecológica, se apenas um morador da cidade de São Paulo utiliza 200 litros de água diariamente, como será o consumo em dez anos em um planeta com mais de 7 bilhões de habitantes, é assustador.
São pequenas atititudes, que muitas vezes não fazemos por achar que não vai fazer a diferença, mas o que não pensamos, é que se cada um fazer a sua parte, cada pequena ação somada a outra e mais outra se transforma em grandes resultados.
O homem não deve pensar que está fazendo "um favor" para o meio ambiente, pois ele faz parte dele. Diante disto, devemos nos conscientizar de que se não cuidarmos dos recursos naturais que ainda nos restam, dentro de um futuro próximo é a nossa espécie que estará ameaçada. Como dito por Marina Silva as mudanças climáticas, cada vez mais constantes, colocam em "xeque" a saúde humana, causando dentre vários fatores, aumento e descontrole dos vetores de doenças.
Neste contexto entra o papel fundamental da escola que é de ensinar e conscientizar nossas crianças que se não cuidarmos de nosso planeta ele não suportará por muito tempo. Se cada um mudar sua rotina trocando o carro por bicicleta ou transporte público, fazer a coleta seletiva, buscar fontes alternativas de energia, como por exemplo a solar, consumir preferencialmente produtos frescos de sua região, ao invés de produtos embalados e industrializados, garantiremos uma vida de qualidade para nós e nossos descendentes.